O conhecimento tácito é o que existe na cabeça das
pessoas,"não é facilmente visível e explicável" (Nonaka, 2008) ganho através da experiência que cada um adquiriu ao longo da vida.
Estamos a falar de um conhecimento muito pessoal que é fruto de uma longa
experiência, não codificado e por isso mesmo de difícil captação e transmissão.
Numa breve pesquisa pode-se encontrar as seguintes características
para este tipo de conhecimento:
- pessoal
- difícil de ser codificado
- derivado da experiência
- derivado da convivência
- de transmissão difícil / complexa
- necessita de interacções prolongadas acertos e erros
- tende a ser tácito, físico e subjectivo
- inconsciente
- complexo
- insights e intuição estão nesta categoria de conhecimento
- é interiorizado e desenvolvido por um conhecedor
- muito ligado ao modo de agir do possuidor
- pode descrever habilidades informais
- pode abranger modelos mentais
- crença
- percepções
- quem o possui, normalmente, não tem consciência disso.
- diz respeito “à bagagem” de cada um
- conhecimento vivenciado
- é dinâmico
- específico ao contexto
- relacionado com a ação humana
- difícil de comunicar
Um exemplo que nos possibilita entender este tipo de
conhecimento é o do oleiro que conhece toda a técnica para os produzir os objectos
de barro, mas para além dessa técnica utiliza conhecimentos que dificilmente
consegue transmitir e que transformam o seu trabalho em algo único.
A parte do
conhecimento que pode ser transposta para um livro, por exemplo a velocidade de
rotação da roda, a humidade relativa dos matérias que usa, a temperatura de
cozedura, a posição das mãos e braços no momento de construir a peça … faz
parte do conhecimento especificável, no
entanto o produto final desse artista é algo divino que dificilmente é
repetível, que deriva, essencialmente, do conhecimento tácito não especificável
que o oleiro tem e é único para cada indivíduo. Provavelmente nem o oleiro sabe
que possui esse conhecimento.
Parte desse conhecimento poderá ser transmitido
pela socialização isto é partilha, interacção, observação, imitação, contacto
directo, convivência do oleiro a trabalhar mas mesmo assim há uma parte que
muito dificilmente será transmitida.
Um exemplo dessa dificuldade na transmissão do
conhecimento tácito é evidenciado pelo formador / professor que sendo um pintor
famoso não consegue criar “génios da pintura” iguais a ele.
No entanto, em termos organizacionais, é imprescindível
que ocorra a transformação do conhecimento tácito em especificável, para isso é
necessário que ocorra externalização que não é mais do que a passagem desse
conhecimento para uma base partilhável.
É
importante entender que todos possuímos esse tipo de conhecimento, provavelmente já sentimos que quando
discutimos com um colega e lhe tentamos incutir a nossa visão somos
surpreendidos por aspectos que incluímos no nosso conhecimento e que nos levam
a reformular parte do mesmo. Essas novas “ideias” ficam retidas e vão noutro
momento associar-se a outras que possuímos e reformular as ideias base ou mais
superficiais das teorias que pretendíamos transmitir.
Quando colocados em contato ocorre socialização.
A socialização modifica os indivíduos que partilham o conhecimento.
Mesmo que um dos indivíduos não possua conhecimentos na
área a simples reacção à “exposição” que o outro faz pode ser suficiente para
que o primeiro modifique o seu conhecimento.
Quando valorizamos o conhecimento tácito e a socialização estamos a valorizar cada um dos empregados que trabalham na organização e a transforma-los em motores da inovação. A valorização deste acontecimento passa pela sua disponibilização a todos o que permite que cada um dê um contributo para a melhoria da organização. Mas a socialização não é um processo tão simples como permitir que as pessoa se juntem ou junta-las. Sendo, o conhecimento tácito, altamente pessoal é necessário que os indivíduos estejam motivados para o partilhar, estejam disponíveis e considerem que a troca ou partilha lhe traz algum benefício.
A ênfase no conhecimento tácito pode no entanto, segundo Nokata, ser perigosa devido ao perigo de superadaptação aos sucessos passados e pela armadilha do raciocínio de grupo.
A ênfase no conhecimento tácito pode no entanto, segundo Nokata, ser perigosa devido ao perigo de superadaptação aos sucessos passados e pela armadilha do raciocínio de grupo.
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